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Reunião de prefeitos em Cristal manifesta contrariedade à extração de minérios no Alto do Rio Camaquã


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07/12/2016 - 09h37min Redação Blog do Juares / Foto Juares da Luz/BJ Corrigir

Liderada pela prefeita de Cristal e presidente do Consórcio Centro Sul, Fábia Almeida Richter, foi realizada uma reunião, que iniciou no final da tarde dessa terça-feira (6), entre prefeitos da região com a participação de especialistas na questão ambiental e aberta à comunidade em geral. O objetivo do encontro foi tratar e deliberar sobre os riscos de impacto ambiental do “projeto Caçapava do Sul“, que visa a implantação de extração de minérios (zinco, cobre e chumbo) pela Votorantim Metais no alto do Rio Camaquã, em Minas do Rio Camaquã, no município de Caçapava do Sul. O evento foi realizado no Salão Paroquial, localizado na Rua Dom Feliciano, nº 340, em Cristal-RS.

Clique AQUI e ouça o depoimento de Fábia Richter, prefeita de Cristal!

Estiveram presentes dez prefeitos ou seus representantes dos seguintes municípios; além de Cristal, o anfitrião do evento, Camaquã (prefeito João Carlos Machado e Renato Zenker, futuro secretário do Meio Ambiente, representando o prefeito eleito Ivo Lima Ferreira), Tapes (prefeito Sílvio Luís da Silva Rafaeli), São Lourenço do Sul (vice-prefeito Gilmar Ludtke e Rudinei Harter prefeito eleito), Arambaré (prefeita Joselena Scherer), Cerro Grande do Sul (secretário de Meio Ambiente Robson Vaz da Silva), Amaral Ferrador (vereador e prefeito eleito Natanael Satiro do Val Candia), Chuvisca (prefeito Ervino Wachholz e vereador eleito Sergio Oliveira), Dom Feliciano (chefe de Gabinete Aline Rosiak) e Encruzilhada do Sul (assessor jurídico).

Clique AQUI e veja as fotos do evento!

A Bacia Hidrográfica do Rio Camaquã abrange 28 municípios, porém muitos representantes deixaram de participar da reunião tão importante para o futuro das comunidades que pertencem à bacia. Em seu depoimento, Fábia Almeida Richter demonstrou sua frustração pelo desinteresse de alguns prefeitos de participar do encontro, além da falta de conhecimento sobre o assunto.

Participaram também: representantes da FURG; Antônio Philomena, professor aposentado da FURG; dois representantes da Fepam, Renato Chagas e Andréa Garcia; Luís Carlos Zancan Filho, representando do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM); Renato Zenker, que além de representar o governo eleito em Camaquã, representou também, como presidente, o Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio Camaquã; Éverton Fonseca, engenheiro agrônomo da Aud; empresários; imprensa e algumas pessoas interessadas no assunto.

Mesmo sendo convidado, nenhum representante da Votorantim se dispôs a comparecer no evento.

Todos os representantes dos municípios da região, que estiveram presentes foram unânimes em demonstrar sua contrariedade com o projeto, pois todos os resíduos da atividade de extração de minério acabariam no baixo do Rio Camaquã, com riscos de contaminação dos compartimentos ambientais (água, ar e solo).

“A mineradora Votorantim pretende explorar minérios de chumbo, cobre, zinco e prata. No entanto, esses minérios também veem acompanhados de ouro, alegando estar em quantidade economicamente inviáveis, há possibilidade deste metal ser explorado e isto implicará na contaminação dos compartimentos ambientais (água, ar e solo) por mercúrio. A mineração de chumbo é o maior potencial apresentado pela mineradora e trata-se de um elemento tóxico com alto impacto socioeconômico”, disse durante sua apresentação a professora Dra. Marlene Rios Melo – Bacharel e licenciada em Química pela USP, Mestre em Química Inorgânica pela Unicamp e doutora em Educação e Ensino de Ciências e Matemática pela USP, que estava representando a FURG.

“Acho que a luta vai ser grande, não vai ser fácil, senti-me um pouco desanimada porque a gente não teve o encaminhamento formal necessário, mas a resiliência é um dom, a gente vai se renovar e amanhã voltamos à luta porque a população precisa saber o que pode acontecer, acho que este momento de licenciamento dessa mineradora é o primeiro que nossa região vai passar, eu percebo claramente que têm outros empreendimentos e outras possibilidades, e a gente vai ter que escolher, é essa pergunta que eu quero fazer olhando nos olhos do governador Sartori, para o qual eu fiz campanha, eu quero perguntar se ele quer um estado com mineração ou se ele quer um estado com produção de alimentos”, disse Fábia Almeida Richter, prefeita de Cristal.

O professor Antônio Philomena da FURG de Rio Grande é categórico em seu parecer, onde exprime o descontentamento com a instalação da empresa. Os representantes da Fepam Andréa Garcia e Renato Chagas, acalmaram os prefeitos garantindo que o projeto esta ainda em fase inicial e o grupo pode encaminhar questionamentos e ações em qualquer momento e que prazos não serão estipulados por ser um grupo de prefeitos da região. Ficou definido que os prefeitos procurarão o governo do estado na pessoa do governador Ivo Sartori, na expectativa de ouvir qual posição sobre o processo de mineração da região do Alto Camaquã.

Nossa região situa-se no médio e baixo Camaquã e a instalação da empresa no alto Camaquã poderá trazer prejuízos ambientais. Constituímos basicamente uma economia agropecuária e pecuária, tendo como prioridade a preservação de nossos rios, o que não permite a possibilidade de contaminação em nossas águas.

Agora, Fábia Richter irá formalizar um documento sobre todos os pontos que foram tratados na reunião e encaminhá-lo para a Fepam.

O que é o projeto apresentado pela Votorantim Metais Holding

O investimento consiste na implantação de uma mina para produção de 36 mil toneladas de chumbo contido, 16 mil toneladas de zinco e cinco mil toneladas de cobre contido, ao ano. A produção de cobre e chumbo será exportada pelo Porto de Rio Grande. Já o zinco será transportado para as metalúrgicas da Votorantim Metais, localizadas nas cidades mineiras de Juiz de Fora e Três Marias. O empreendimento está em fase de licenciamento ambiental. O Estudo de Impacto Ambiental (EIA-Rima) foi protocolado em janeiro na Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). A estimativa da empresa é obter a licença-prévia no final deste ano e a licença de instalação no final de 2017. Se os prazos se confirmarem, a mina deverá entrar em operação no final de 2019 ou início de 2020.

Conheça os 28 municípios que fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio Camaquã

Amaral Ferrador, Arambaré, Arroio do Padre, Bagé, Barão do Triunfo, Barra do Ribeiro, Caçapava do Sul, Camaquã, Cachoeira do Sul, Canguçu, Cerro Grande do Sul, Chuvisca, Cristal, Dom Feliciano, Dom Pedrito, Encruzilhada do Sul, Hulha Negra, Lavras do Sul, Pelotas, Pinheiro Machado, Piratini, Santana da Boa Vista, São Jerônimo, São Gabriel, São Lourenço do Sul, Sentinela do Sul, Tapes e Turuçu.

Matéria ampliada às 16h15. 

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