Um rapaz de 19 de anos foi preso em Camaquã, no início da manhã desse sábado (16), pelo crime de violência doméstica. Por volta das 6 horas a Brigada Militar foi chamada para se deslocar até a Rua Montenegro, no bairro Viégas, onde uma mulher de 34 anos teria sido agredida pelo seu companheiro, que convive há cerca de 1 ano.
“Ele me bateu e bateu... e no bebê de dois meses, filho dele. A polícia retirou ele da minha casa por volta de 6h30 da manhã”, escreveu ela à redação do portal de notícias Blog do Juares.
A Brigada Militar prendeu o acusado e o levou juntamente com as vítimas para o laudo de lesão corporal no pronto-socorro do Hospital Nossa Senhora Aparecida. Após, foram apresentados na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento para os devidos procedimentos legais.
Não faz parte do editorial do portal de notícias Blog do Juares divulgar imagens de vítimas de agressões, mas neste caso estamos divulgando a foto da vítima porque ela entrou em contato com nossa redação e além de enviar seu relato, autorizou a publicação da foto no site, que também está publicamente em sua página no Facebook.
Leia na íntegra o depoimento da mulher de 34 anos que foi vítima de agressões:
“Eu sobrevivi...
As brigas ficaram cada vez mais frequentes. Eu já não podia te contar sobre meu dia, porque você me intimidava, me cobrava, coibia. Já não havia mais um amigo ali, mas eu acreditava que era normal, que seus ciúmes e cobrança eram excesso de amor. O riso frouxo deu lugar à lágrima, que descia atrevida e quente, fazendo arder minhas bochechas, fazendo aumentar a minha vergonha por ter apostado em uma relação que fracassou. Tinha medo de ficar sozinha (de novo), chegava a pensar que o problema fosse eu. A perversão com que você mexeu com o meu psicológico me fazia crer que eu realmente o amava, que eu não poderia mais viver sem você. Mas chegou em um ponto em que realmente não deu pra aguentar. Você me agrediu, fisicamente. Uma, duas, três vezes. No início foi só um empurrão, mas em pouco tempo você já estava com as mãos envoltas em meu pescoço, apertando-o com força. Eu nunca contei pra ninguém até hoje. Tenho vergonha de dizer que uma mulher instruída, consciente, apanhou do marido. Muita gente vai me julgar (inclusive minha família). Vão dizer que deveria escolher melhor meus parceiros Vão dizer que mulher que apanha e continua ao lado do agressor gosta de apanhar. Não, eu não gosto de apanhar, eu não gostava, nenhuma mulher gosta. Você dizia que se eu não fosse sua, não seria de mais ninguém. Fui à polícia, chorando muito, então você sumiu. Hoje vejo que aquilo nunca foi amor e as marcas disso ainda doem em mim. Então meu coração aperta. Sei que você nunca vai ler isso, mas estou dirigindo esse relato à você que é pra desabafar e poder dizer: eu sobrevivi a você", escreveu ela em sua página no Facebook.
