Setembro 2015 - Com mais de 300 produtores de tabaco, o município paranaense de Imbituva sediou o 7º Ciclo de Conscientização sobre saúde e segurança do produtor e proteção da criança e do adolescente, promovido pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco). O evento realizado nesta terça-feira, 15 de setembro, reuniu aproximadamente 450 pessoas no Salão de Festas da Igreja Luterana Santa Cruz.
Sergio Rauber, assessor de relações institucionais do SindTabaco, em leitura de mensagem escrita pelo presidente Iro Shünke, ressaltou: "Considero que cuidar agora da saúde, usando equipamentos de proteção no manuseio de agrotóxicos e também tendo os cuidados adequados na hora de colher o tabaco, é o que vai garantir uma vida melhor à medida em que os anos avançam".
A programação contou com o apoio das empresas associadas e da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), representada pelo tesoureiro, Marcílio Dresher que reforçou a relevância do seminário para os produtores de tabaco: "Esse seminário é muito importante para vivenciar questões que nós já conhecemos, mas que sempre precisamos de mais esclarecimentos. Nossa função é levar orientação e conscientização para os produtores, nesse setor tão importante que é a fumicultura".
Após a abertura, um vídeo informativo abordou questões como a importância do uso da vestimenta de colheita, bem como a correta aplicação, manuseio e armazenagem de agrotóxicos. Na sequência, a advogada e socióloga, Dra. Ana Paula Motta Costa, proferiu palestra sobre os direitos da criança e do adolescente. De forma lúdica e educativa a peça teatral Rádio Fascinação, de Santa Cruz do Sul (RS), encenada pelo grupo teatral Espaço Camarim encerrou o evento.
SAÚDE E SEGURANÇA DO PRODUTOR - As empresas associadas ao SindiTabaco desempenham um papel fundamental no que diz respeito à saúde e segurança dos produtores de tabaco. Há uma preocupação permanente com relação ao uso seguro de agrotóxicos, mesmo que o tabaco seja a cultura comercial que menos utiliza o produto. A orientação técnica é reforçada com materiais impressos e amplas campanhas de mídia sobre a correta armazenagem, manuseio e aplicação de agrotóxicos e sobre uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI). Já durante a colheita, orienta-se utilizar a vestimenta específica, luvas adequadas e calçado fechado, bem como evitar manusear folhas molhadas por chuva ou orvalho. Ao evitar o contato com o tabaco verde úmido, o produtor previne a exposição à nicotina das folhas e uma possível intoxicação conhecida como Doença da Folha Verde do Tabaco. Conheça algumas orientações:
Somente utilizar agrotóxicos registrados, de acordo com a receita agronômica;
{C}Manter o pulverizador em perfeitas condições de uso e sem vazamentos;
{C}Durante o manuseio e aplicação de agrotóxicos, sempre utilizar o EP
Não permitir a aplicação de agrotóxicos por menores de 18 anos, idosos e gestantes;
{C}Armazenar os agrotóxicos em armário feito de material resistente, chaveado e destinado somente para esse fim, com acesso restrito a trabalhadores orientados a manuseá-los;
{C}Não reutilizar embalagens vazias de agrotóxicos para qualquer fim;
{C}Realizar a tríplice lavagem da embalagem vazia de agrotóxico, utilizando o EPI;
{C}Sinalizar áreas récem-tratadas com agrotóxicos com placa específica para este fim;
{C}Usar sempre luvas impermeáveis e vestimenta específica para a colheita;
{C}Evitar colher o tabaco quando as folhas estiverem molhadas pela chuva ou orvalho;
Dar preferência aos horários menos quentes do dia para a colheita do tabaco.
PROTEÇÃO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - Considerado um case de sucesso na agricultura familiar, o setor de tabaco é pioneiro no combate ao trabalho infantil no meio rural, sendo o único a exigir o comprovante de matrícula dos filhos dos agricultores em idade escolar e o atestado de frequência para a renovação do contrato comercial existente entre empresas e produtores, dentro do Sistema Integrado de Produção de Tabaco. Há mais de 15 anos, desenvolve ações para conscientizar o produtor a cumprir a legislação, uma vez que menores de 18 anos não podem trabalhar na lavoura. De acordo com o último censo do IBGE (2010), foi na produção de tabaco nas pequenas propriedades o maior índice de redução do trabalho infantil no País, em comparação com dados do penúltimo censo, realizado no ano 2000.
Sobre este tema, a palestrante Ana Paula Motta Costa, esclareceu que uma das principais preocupações dos pais é com relação ao trabalho: "É preciso modificar o pensamento de que os filhos só aprendem a trabalhar trabalhando. Os pais têm muitas formas de transmitir valores e as futuras gerações devem se adaptar a novas formas, principalmente pelo exemplo."
SOBRE A PALESTRANTE - Dra. Ana Paula Motta Costa é advogada e socióloga, mestre em Ciências Criminais e doutora em Direito, é professora da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e do Programa de Pós-graduação em Direito - Mestrado da Fundação Meridional - IMED, em Passo Fundo (RS). Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Direito da Criança e do Adolescente, atuando principalmente nos seguintes temas: adolescência, infância, Estatuto da Criança e do Adolescente, medidas socioeducativas. Foi presidente da Fundação de Atendimento Socioeducativo do RGS (FASE/RS) de 2000-2002.
SOBRE O CICLO - O 7º Ciclo de Conscientização atende aos termos dos acordos firmados perante o MPT-RS e MPT-Brasília, e faz parte das ações de responsabilidade social que o setor de tabaco desempenha há muitos anos, envolvendo produtores de tabaco da Região Sul do Brasil.Em seis edições, o Ciclo de Conscientização reuniu mais de 15 mil pessoas, em 38 municípios da Região Sul do País. Em 2015, a etapa gaúcha do 7º Ciclo já reuniu 1,2 mil pessoas, em três eventos. A agenda continua, com eventos em Palmeira (16/9), no Paraná e encerra em Irineópolis (SC), no dia 17 de setembro.
PRÓXIMOS EVENTOS
Palmeira/PR
16 de setembro (quarta-feira)
Clube Palmeirense
Praça Marechal Floriano Peixoto, 476 (R. Quinze de Novembro)
Irineópolis/SC
17 de setembro (quinta-feira)
Salão Paroquial da Igreja Católica - Matriz São Sebastião
Rua Paraná, s/nº
